Mulheres de 20 a 29 anos são as que mais usam central de atendimento contra violência, diz Nilcéia

19/04/2006 - 15h08

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mulheres, casadas ou solteiras, com idade entre 20 e 29 anos e que cursaram apenas o ensino fundamental. Esse é o perfil da maior parte dos usuários da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher e orienta as vítimas sobre os tipos de atendimento que podem procurar nas áreas jurídicas e de saúde, por exemplo.

"O que a gente pode depreender do perfil da mulher que tem usado a central é que justamente essa faixa de mulheres menos instruídas, mais jovens, de menor poder aquisitivo; são justamente aquelas que precisam de mais orientação, porque não têm onde buscar essa orientação a não ser através do poder público", avaliou a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.

A ministra apresentou hoje um balanço sobre os quatro meses em que a central funcionou em caráter experimental e sobre o perfil de quem usa o serviço. De acordo com o levantamento, 82,67% dos usuários são mulheres e 9,68%, homens. O restante não forneceu a identidade.

Segundo Nilcéa, há homens que procuram o serviço, por exemplo, para saber informações sobre guarda de filhos e sobre como podem orientar parentes ou amigas vítimas de violência doméstica. De acordo com a ministra, há o registro de um único caso de agressão contra homem. "O relato dele era que ele bebia e a mulher o agredia quando ele chegava em casa bêbado", contou.

Em relação ao estado civil, 26% das pessoas que usaram o serviço são solteiras, 25% são casadas, 17% mantêm relação estável, mas não são casadas, 6% são divorciadas e 2%, viúvas. As demais não forneceram informações sobre o estado civil.

Cerca de 39% dos usuários têm somente o ensino fundamental, enquanto 28% cursaram o ensino médio. Já os que têm ensino superior representam uma parcela de 7%. Menos de 1% dos usuários são analfabetos e 25% não informaram a escolaridade.

Quanto à idade, as faixas etárias predominantes são entre 20 e 29 anos (25%) e entre 30 e 39 anos (21,27%). Para Nilcéa, os números mostram que as mulheres mais jovens são as que sofrem mais violência e também as que mais denunciam as agressões.

O levantamento se refere ao período compreendido entre os dias 25 de novembro do ano passado, quando a central começou a funcionar, e 11 de abril deste ano. O atendimento é gratuito e, a partir de hoje, funciona todos os dias da semana e é 24 horas. A identidade das pessoas que fazem a denúncia e das vítimas são mantidas em sigilo.