Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - A superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Pernambuco, Maria de Oliveira, admitiu hoje (19) que a instituição está praticamente parada por falta de verbas. "Temos dúvida se iremos conseguir cumprir a meta de assentar 5.200 famílias, por causa do atraso na votação do Orçamento Geral da União", afirmou Oliveira.

Segundo ela, o Incra deveria receber este ano R$ 88 milhões para a reforma agrária em todo o estado. No entanto até agora só chegaram R$ 3 milhões. Atualmente. 29 mil famílias vivem em acampamentos de lona, a espera de terra para cultivar.

Uma publicação elaborada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) indica que cerca de 60 propriedades rurais foram ocupadas este ano no estado de Pernambuco por agricultores ligados a 16 movimentos sociais.

O estudo revela também que, no ano passado, ocorreram 88 ocupações em propriedades rurais do estado, que resultaram em 106 conflitos e despejos 2.185 de famílias. O livro, intitulado "Conflitos no Campo Brasil 2005", traça um perfil da violência, envolvendo questões agrárias no país.

O levantamento será lançado em Recife amanhã (20), às 10h, na sede da escola superior do Ministério Público. Participam da solenidade representantes dos indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais.