Servidores em greve fazem manifestação em frente ao Palácio do Planalto

18/04/2006 - 14h43

Ivan Richard e Irene Lôbo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Cerca de 200 servidores públicos federais fazem neste momento manifestação em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Eles reivindicam uma resposta do governo à contraproposta de reajuste para a categoria, apresentada no último dia 31 de março e negada integralmente pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

A contraproposta feita pelos manifestantes pede, entre outros pontos, a manutenção da igualdade entre os servidores ativos e aposentados no recebimento de gratificações e um piso de gratificação fixo em 80 pontos (cada ponto equivale a um valor em dinheiro, acrescido ao salário) para todos os servidores incluídos no Plano de Classificação de Cargos (PCC).

De acordo com o diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, a manifestação tem a intenção de tentar sensibilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que atenda as reivindicações dos servidores, em greve desde o dia 15 de março.

Os servidores prometem ficar até a próxima quinta-feira em vigília em frente ao Palácio do Planalto.

"Nos próximos três dias estaremos intensificando as atividades focalizando no Palácio do Planalto para sensibilizar o Presidente da República, no intuito de abrir um novo debate com atenção às reivindicações da categoria", disse o sindicalista.

Segundo Sérgio Ronaldo, a decisão de ir até o Palácio do Planalto foi tomada a partir do momento em que a categoria considerou que as negociações com o Ministério do Planejamento não avançariam. "Infelizmente fizemos uma análise de que o nosso debate com o ministro do Planejamento (Paulo Bernardo) e com o Sérgio Mendonça (secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento) se esgotou a partir do momento em que eles disseram não ter poder para encaminhar ao governo nossas reivindicações", explicou.

Na avaliação do diretor da Condsef, "está nas mãos do presidente" a solução para o impasse. "Estamos nas mãos do presidente para que ele tome uma decisão. Poder ele tem. Os recursos, evidentemente, devem estar sendo aprovados no Orçamento. Então falta determinação política para acabar o impasse", afirmou.

A greve, que completa hoje um mês e três dias, mobilizou servidores públicos dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Colaborou Carolina Pimentel