Curitiba, 17/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - O lançamento de dois livros, programado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) para amanhã (18), lembrará os dez anos do Massacre de Eldorado dos Carajás e os quase seis anos do assassinato do líder sem-terra Antônio Tavares. No dia 2 de maio de 2000, ele morreu durante conflito na BR-277, entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e policiais militares do estado.

Os livros Conflitos no Campo Brasil 2005 e Desterro, uma cronologia da violência no campo no Paraná na década de 90 serão lançados às 19 horas na Catedral Basílica de Curitiba. De acordo com informações da assessoria da CPT, a obra paranaense analisa dados sobre "um dos períodos mais violentos vivenciados pelos trabalhadores rurais no Brasil".

O representante episcopal da CPT, bispo Dom Ladislau Biernaski, afirma que esse livro é um relatório diário dos vários focos de conflitos no estado registrados pela Comissão na última década, "quando foram assassinados 16 trabalhadores, outros 31 sofreram atentados, 49 foram ameaçados, sete torturados e 325 vítimas de lesões corporais, além de 516 presos" .

O outro livro, Conflitos no Campo Brasil 2005, destaca o assassinato de irmã Dorothy Stang, ocorrido no início desse ano; a greve de fome do bispo de Barra (BA), Dom Luiz Cappio, contra o projeto de integração das águas do rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste; e o sacrifício do ambientalista Francisco Anselmo de Barros, Francelmo, que ateou fogo ao próprio corpo em defesa do Pantanal. A obra foi reconhecida como publicação científica pelo Instituto Brasileiro de Informação e Ciência e Tecnologia (Ibict).