Força-tarefa de combate ao trabalho escravo no Mato Grosso deve promover integração das polícias

17/04/2006 - 20h32

Valéria Amaral
Da Agência Brasil

Brasília – O fortalecimento e a integração das polícias foram as principais definições da reunião de hoje para erradicação do trabalho escravo no Mato Grosso, segundo informou o auditor fiscal do Departamento Regional do Trabalho, Valdinei Antônio de Arruda. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o estado lidera as estatísticas de denúncias de trabalho escravo no país.

A reunião de hoje é o início de um processo, uma força-tarefa, em que serão definidas ações de fiscalização para o combate ao trabalho escravo. Participam dessa força-tarefa as polícias Militar, Civil, Rodoviária e Federal, a Secretaria do Meio Ambiente, a Agência Brasileira de Inteligência e a Promotoria de Justiça do Mato Grosso.

Arruda afirma que os agentes policiais serão treinados para que, diante de uma denúncia, a ação seja imediata. "O principal objetivo da criação desse grupo é por causa da necessidade de tratar com rapidez uma denúncia, e para que a repressão a esse crime seja mais presente", esclareceu.

Segundo a procuradora do Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso, Márcia Medeiros, somente a repressão não é suficiente para acabar com o problema. Para ela, também é preciso que a população se informe sobre esse tipo de exploração para que não deixe se levar por falsas promessas.

"É necessário que haja também um trabalho preventivo, que inclui o esclarecimento da população do que é o trabalho escravo. Além disso, implementar políticas públicas que mantenham o trabalhador nas suas cidades", ressaltou a procuradora.

No Mato Grosso, só no ano passado, 1.411 trabalhadores foram libertados. Para o secretário-executivo de Justiça de Segurança Pública do estado, major Wagner Jorge Santino, a repressão ao trabalho escravo vai desmistificar a idéia que o estado aceita essa prática. "O estado vai combater com veemência esse crime, porque isso não é uma cultura do estado. O Mato Grosso não ficar com essa peste", afirmou o secretário.