Especial 8 – Secretaria municipal reconhece que aviões sem registro fazem pulverização de agrotóxico

14/04/2006 - 10h27

Paulo Machado
Enviado especial

Lucas do Rio Verde (MT) – A promotora do Ministério Público Patrícia Euleutério Campos descobriu que apenas duas aeronaves de duas empresas estão autorizadas a realizar a pulverização de agrotóxicos sobre as plantações no município de Lucas do Rio Verde, onde, no início de março, a área urbana da cidade foi coberta por uma nuvem de veneno. Os registros estão no Ministério da Agricultura no Mato Grosso.

Depois do acidente com o agrotóxico, a secretária municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Luciane Bertinato Copeti, em parceria com o Ministério Público, fez um levantamento inicial e descobriu que existem pelo menos mais nove aeronaves de propriedade de fazendeiros que não estão registradas no Ministério da Agricultura.

"Alguém estava fazendo essa pulverização, próxima do perímetro urbano, e houve um inversão térmica, o que provocou essa 'deriva', que veio a ocasionar o problema no município de Lucas do Rio Verde. E não há fiscalização aérea para o município de Lucas do Rio Verde", reconhece.

A Agência Nacional de Aviação Civil informou, por meio do superintendente regional, coronel Gusmão, que o órgão não tem nenhum tipo de controle sobre essas aeronaves. "Elas geralmente decolam de campos de pouso das próprias fazendas, sem relatórios ou planos de vôo, passam a baixa altitude e não são identificados pelos radares", explica o coronel.