Reajuste no valor da renda exigida reduz o número de beneficiados com o Bolsa Família

12/04/2006 - 20h52

Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília - O reajuste de 20% no limite de renda para recebimento do Bolsa Família, estabelecido em decreto publicado hoje (12) no Diário Oficial da União, reduz a meta de atendimento do programa, de 11,2 milhões para 11,1 milhões de famílias. Segundo a secretária substituta de Renda e Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Lúcia Modesto, a queda se deve à diferença no número de pessoas consideradas pobres, apontada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2004.

"Isso significa que houve uma redução do nível de pobreza no país", afirmou, em entrevista coletiva, sobre a correção da renda e dos dados em relação à Pnad de 2001. Com o reajuste, famílias em extrema pobreza que recebem até R$ 60 e famílias em situação de pobreza que ganham até R$ 120 por pessoa poderão ser incluídas no programa. Antes, o teto era de R$ 50 e de R$ 100, respectivamente.

Este foi o primeiro aumento de atualização de linha de entrada para o programa Bolsa Família desde sua criação, em 2003. "Com essa correção de linha de entrada e a redistribuição de estimativas, teremos no final do mês de junho essa redução de 100 mil famílias no total da estimativa", informou Lúcia Modesto.

A secretária ressaltou que o valor do beneficio também será reajustado, mas o ministério ainda aguarda a votação do Orçamento Geral da União, no Congresso Nacional. "Encaminhamos a proposta de reajuste de 12,7%, de acordo com o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC). Se for aprovada, o valor máximo de benefício será de R$ 107", disse.