Emprego na indústria brasileira tem recuperação de 0,5%, segundo IBGE

12/04/2006 - 14h01

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

Rio – O nível de emprego na indústria cresceu 0,5% em fevereiro em relação ao mês anterior. Esse foi o primeiro resultado positivo depois de quatro meses de recuo, quando a taxa acumulou queda de 1,4% entre os meses de setembro de 2005 e janeiro deste ano.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, porém, houve uma redução de 0,8% no número de pessoas ocupadas na indústria. Essa foi a sexta retração consecutiva observada nas comparações com o ano anterior.

Os dados foram divulgados hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes). Com a elevação entre janeiro e fevereiro, a média móvel trimestral (que considera os índices dos últimos três meses) interrompeu a trajetória de queda e ficou estável.

O índice acumulado nos dois primeiros meses de 2006 ficou 1,1% abaixo do registrado no primeiro bimestre do ano passado. No acumulado dos últimos doze meses, o nível de emprego ficou praticamente estável (em 0,4%), dando continuidade à trajetória de desaceleração que vem sendo observada desde junho de 2005.

De acordo com o economista do IBGE Fernando Abritta, apesar de as taxas de ocupação na indústria ainda apresentarem recuo em relação ao ano passado, o índice 0,5% registrado em fevereiro mostra uma aceleração na atividade industrial.

Ele destacou que o crescimento no setor é mais evidente se for considerado o aumento de 2% no número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, apurado em fevereiro na comparação com janeiro.

Em relação a fevereiro do ano passado, 13 das 18 atividades pesquisadas apresentaram resultados negativos. Houve redução no número de pessoas ocupadas nas indústrias de calçados e artigos de couro (14,2%); máquinas e equipamentos (8,4%) e madeira (14,3%).
Foi registrado aumento no número de empregados nos setores de alimentos e bebidas (8,8%); máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5%); e meios de transporte (3,6%).

As demissões superaram as admissões em 9 dos 14 locais pesquisados, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde o índice de pessoas empregadas na indústria em fevereiro teve uma redução de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.

A queda é explicada pela diminuição da atividade industrial no setor de calçados e artigos de couro, que sofreu impacto por condições desfavoráveis à importação (como o câmbio) e pela concorrência com os produtos chineses no mercado internacional. Também foi registrada redução de pessoal empregado na indústria de Santa Catarina (3,6%) e da região Nordeste (2,7%).

O aumento no número de emprego foi verificado nas regiões Norte e Centro-Oeste e no estado de Minas Gerais. O ramo de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela expansão do emprego nas duas regiões - 24,8% e 17,8%, respectivamente.