Atraso do orçamento pode deixar só dois meses para que governo faça novos investimentos, diz relator

12/04/2006 - 21h32

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Se o orçamento for aprovado na próxima semana, o governo terá maio e junho para realizar novos empenhos previstos no projeto deste ano. A afirmação é do relator do projeto de Orçamento Geral da União, deputado Carlito Merss (PT-SC). Segundo ele, a demora da votação no Congresso Nacional fará com o que o governo tenha no máximo dois para fazer convênios com estados e prefeituras para a construção de obras. O prazo é imposto pela legislação eleitoral que proíbe novos empenhos às vésperas da votação.

"O governo teria praticamente dois meses para administrar o orçamento", disse Merss. "A não aprovação do orçamento está prejudicando o povo, as prefeituras, as entidades, os estados, porque não dá para repassar dinheiro no período eleitoral", disse o relator.

Carlito Merss considera normal que o governo tenha que editar Medidas Provisórias ou utilizar outros mecanismos para "tocar o dia-a-dia". Segundo ele, não dá para confiar na oposição para aprovar o orçamento por acordo. "Percebo que está em jogo é um embate contra o governo. Acredito que a vontade do PFL e do PSDB é não votar e passar para a população que o governo é que não quer votar o orçamento. Ou a gente faz um embate duro chamando a base governista para votar ou não se vota o orçamento", disse.