Decisão do procurador da República faz parte do processo democrático, diz Renan

11/04/2006 - 19h40

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ao comentar a decisão do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, de denunciar ao Supremo Tribunal Federal 40 pessoas que estariam envolvidas no esquema que ficou conhecido como "mensalão", o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que acompanhou "todo o processo de investigação" da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios e "fez de tudo" para que se chegasse a um resultado.

"O processo democrático é isso mesmo. Foi feita uma CPI e divulgado seu resultado", disse, acrescentando que é difícil fazer comentários sem conhecer os argumentos apresentados pelo procurador.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), justificou a decisão com o argumento de que o Ministério Público (MP) tem a prerrogativa de conduzir investigações por conta própria. "O MP sempre recebe das CPIs elementos para sua própria iniciativa. Se ele tomou essa iniciativa, a matéria agora está no âmbito do Judiciário", afirmou.

O líder da minoria no Senado, José Jorge (PFL-PE) considerou "justa" a decisão. "O MP não tinha outra coisa a fazer. Existem muitas provas". Já o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB) se disse "surpreso" com a notícia. "Mas sei que o MP tem base nas suas investigações. Há tempos que ele investiga essa questão com a Polícia Federal". Segundo ele, as denúncias apresentadas "batem com a lista feita pela CPMI dos Correios".