É "esdrúxulo" considerar suspeitas as aplicação no Banco Santos, comenta fundo da Caixa Econômica

08/04/2006 - 11h10

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), Guilherme Narciso de Lacerda, qualificou como "totalmente esdrúxula" a sugestão de indiciamento de um de seus diretores pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. O relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), aprovado na última quarta-feira (5), levanta suspeitas sobre investimentos feitos pelo diretor de Finanças do Funcef, Demósthenes Marques, no Banco Santos.

"Nós, que fomos prejudicados pela quebra de um banco, agora temos um diretor indiciado", diz o presidente da Funcef. "Tínhamos uma operação de R$ 10 milhões no Banco Santos, administrada por um banco, totalmente regular, dentro das regras do sistema financeiro." Segundo ele, na época da operação o fundo contava com mais de R$ 1,7 bilhão e a perda de R$ 10 milhões, nesse cenário, está "totalmente dentro das margens de risco". "A seguir essa proposta, se teria que indiciar todos aqueles que tinham recursos no Banco Santos", opina.

Lacerda também comenta referências feitas pelo relatório da comissão parlamentar a investimentos feitos nos anos 90 – como o parque aquático Wet’n Wild de Salvador, atualmente fechado. "Sou crítico destes investimentos. Funcef já perdeu muitos recursos no passado, especialmente em investimentos feitos nos anos de 1996, 97 e 98. Mas o relatório registra agora como se tivesse alguma relação conosco", diz o presidente da Funcef.

Segundo ele, o parque aquático está sendo investigado pelo Ministério Público Federal. "Temos todo interesse que tudo seja apurado", garante. A Funcef tem mais de 75 mil associados e um patrimônio acima de R$ 23 bilhões.