Produção industrial cresce em 11 dos 14 estados na comparação entre fevereiro de 2005 e 2006

07/04/2006 - 13h54

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - A produção industrial cresceu no mês de fevereiro em 11 das 14 áreas estudadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Industrial Mensal. A base de comparação para o levantamento foi o mesmo mês em 2005. Por esse parâmetro, a média nacional de crescimento ficou em 5,4%.

Os dados divulgados hoje (07) mostram que as indústrias que tiveram bom desempenho foram aquelas com produção de bens de consumo duráveis, principalmente voltadas para a exportação, como automóveis, televisores, aparelhos de DVD, som e telefones celulares.

Também houve crescimento na produção de bens semi e não duráveis, como alimentos, bebidas, roupas, calçados e medicamentos. "Podemos destacar nesse sentido o Amazonas, onde se tem o setor de material eletrônico e equipamentos de comunicações crescendo em função da maior produção de televisores, DVDs e celulares", acrescentou o economista da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo.

A indústria amazonense se expandiu 18% em fevereiro, na comparação com fevereiro do ano passado. O Rio de Janeiro, com a segunda maior taxa nesta mesma comparação (9,9%), foi favorecido pela continuidade do desempenho favorável da indústria extrativa (19,8%) em função da extração e refino de petróleo e gás.

A indústria fluminense de transformação também se expandiu (7,7%), com aumento significativo na produção de medicamentos (76,7%) e alimentos (34,4%). A indústria paulista, que responde por 40% de toda a produção nacional, cresceu 5,1% em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado.

A taxa ficou abaixo da média nacional no período, mas foi o quinto resultado positivo consecutivo. Os setores que mais se expandiram foram farmacêutica (36,4%), máquinas e equipamentos (7,8%) e veículos automotores (5%).

Ainda em relação a fevereiro de 2005, os três estados da região Sul apresentaram queda na produção. O economista André Macedo disse que os resultados estão associados à baixa demanda do mercado interno.

No caso do Rio Grande do Sul (-1,3%), a pressão veio dos setores de calçados e artigos de couro (-8,6%) e de máquinas e equipamentos voltadas para a agricultura (-17%).

No Paraná, a queda de 7,4% foi puxada pelos setores de edição e impressão (-36%), máquinas e equipamentos (-29,5%) e veículos automotores (-16,2%). Enquanto em Santa Catarina a queda de 0,2% foi reflexo da retração da indústria de alimentos (-6,7%).

Na mesma base de comparação, a indústria do Pará cresceu 9,1%, Ceará 8,8%, Bahia 7,5% e Minas Gerais 7,1%. Com crescimento abaixo da média nacional (5,4%) ficaram as indústrias da região Nordeste (3,6%), Goiás (3%), Pernambuco (1,2%) e Espírito Santo (1,1%).