Multinacional Cargill se defende de acusações de impulsionar desmatamento na Amazônia

07/04/2006 - 16h50

Juliana Andrade e Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – Em comunicado oficial, a multinacional Cargill informa que está analisando o relatório Comendo a Amazônia, publicado pelo Greenpeace Internacional, por isso não tem condições de comentar as denúncias da organização ambientalista. A Cargill é citada como uma das empresas que estão por trás do avanço da produção de soja na Amazônia, o que resulta no aumento da devastação da floresta.

Sediada nos Estados Unidos, a empresa argumenta que tem uma política sobre o desenvolvimento responsável da soja na Amazônia. "No Brasil, como em todos os outros países em que operamos, levamos nossas responsabilidades corporativas com muita seriedade. Enquanto estamos satisfeitos que aplicamos nossos padrões globais de gerenciamento ambiental e social responsável em nossas operações, operamos em muitas áreas onde existem desafios significativos mais amplos para alcançar um desenvolvimento econômico sustentável", diz em nota.

De acordo com a Cargill, em Santarém (PA), por exemplo, - onde a empresa investiu na instalação de um porto para facilitar o escoamento da produção - há um trabalho com fazendeiros para minimizar os impactos negativos do plantio de soja e proporcionar mais benefícios econômicos às comunidades.

A multinacional também informa que está desenvolvendo um projeto piloto em parceria com o grupo ambiental global The Nature Conservancy para ajudar fazendeiros a usar as melhores práticas agrícolas na produção de soja, assim como a cumprir as leis ambientais locais.

No relatório, o Greenpeace afirma que o porto em Santarém foi feito sem que a multinacional realizasse os Estudos de Impacto Ambiental previstos na Constituição brasileira e, por isso, foi questionada na Justiça pelo Ministério Público Federal.

No comunicado, a Cargill destaca que exerce papel de "provedor de acesso ao mercado de exportação". "Investimos em uma instalação para exportar soja no porto de Santarém, no norte do País, uma área que tem lutado durante muitos anos para gerar uma renda adequada para a comunidade local. Daqui exportamos soja que vem principalmente do Estado de Mato Grosso na região Centro-Oeste e também de áreas ao redor de Santarém, anteriormente usadas para pastagem".