Representante de produtores de carne suína elogia fim de embargo da Rússia ao Rio Grande do Sul

05/04/2006 - 22h11

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre - A suspensão das restrições à importação, pela Rússia, de carnes bovinas, suínas e de aves do Rio Grande do Sul foi elogiada pela cadeia produtiva do setor no estado. A notícia foi confirmada na 4ª Reunião da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação, e divulgada ontem (4) pelo Ministério das Relações Exteriores.

Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos (Sips), após o embargo – em vigor desde 9 de dezembro de 2005, devido à confirmação de focos de febre aftosa no Paraná – os gaúchos ainda conseguiram embarcar o que haviam produzido até 12 de dezembro. "Depois, tivemos de arcar com o estoque de carne suína, que já chega a 60 mil toneladas", explica o diretor executivo da entidade, Rogério Kerber.

De acordo com Kerber, o Rio Grande do Sul deve abater em torno de 5,1 milhões de cabeças em 2006 (um total de 410 mil toneladas de carne inspecionada) e as exportações respondem por 30% dessa produção. Nos quatro meses de embargo, disse ele, o estado deixou de enviar 30 mil toneladas de carne suína para a Rússia, no valor de US$ 1,8 mil por tonelada. "Nossa situação já estava dramática", comentou o dirigente, que disse esperar que o ritmo de comercialização seja normalizado em curto prazo com o fim do bloqueio russo.

Kerber destacou os esforços desenvolvidos pelos governos federal e do estado para reverter a situação. O Sips tem 24 empresas associadas no Rio Grande do Sul, representando a totalidade de empresas sob inspeção federal. Das 15 plantas habilitadas a exportar seus produtos, dez podem exportar para a Rússia.

O governador Germano Rigotto disse que a reabertura das exportações da carne suína gaúcha para o mercado russo, "além de ser uma boa notícia para a economia, é a consagração do trabalho de manutenção do status sanitário animal do estado". Segundo Rigotto, o Rio Grande do Sul é considerado pela Organização Mundial de Saúde Animal como área livre de febre aftosa com vacinação. "A condição, aliada às medidas de fiscalização, fez com que pudéssemos tranqüilizar o setor, responsável no ano passado pela exportação de 161 mil toneladas de carne suína, sendo quase 70 mil toneladas somente para a Rússia", afirmou.