Fórum Econômico Mundial discute desafios da América Latina em São Paulo

06/04/2006 - 14h18

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A continuidade do crescimento econômico da América Latina, os desafios a serem superados e a inserção do continente na globalização formam o alicerce do evento Rodada de Discussões do Fórum Econômico Mundial na América Latina - Construir uma Região mais forte na Economia Global, que teve início ontem (5) e terminará hoje em São Paulo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala às 15h ao plenário da rodada que, segundo os organizadores, reúne 280 autoridades políticas, econômicas e empresários de 27 países.

Ao apresentar o fórum, os organizadores destacam que "o crescimento econômico da América Latina em 2004 alcançou a média de 5,6% - seu desempenho mais elevado desde 1980". Registram também "um ambiente econômico melhorado e comum à maioria dos países da região" e dizem esperar que essa tendência continue em 2006. "Da armadilha da desigualdade enfrentada pela região permanecerá também como interesse principal para os governos novos que emergem das eleições presidenciais no Chile, em Bolívia, em Peru, em Colômbia, em México, em Brasil e em Venezuela em 2006".

Ao falar no plenário da rodada, ontem, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, disse que "treze eleições presidenciais em um ano naturalmente poderiam criar um certo clima de incerteza política", mas, segundo ele, a solidez da democracia no continente não está mais posta em questão e sim a qualidade dos governos. "O povo deseja saber o que o novo governo fará, se ele terá o apoio do congresso e se ele fará aquilo que prometeu", disse em informe do FEM.

De acordo com a organização do Fórum Econômico Mundial, em seu portal do evento na internet, a maioria absoluta dos participantes dessa rodada é formada por executivos e empresários (71%), mas também participam 16 autoridades de Estado e autoridades econômicas de governo. Do Brasil, participam hoje o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. A rodada inclui ainda 29 representantes de sociedades civis convidados.

O evento é estruturado sobre quatro eixos principais: riscos globais e regionais, competitividade, agenda de integração e estrutura de investimentos. Também é dividido em 21 painéis de discussão que, além de questões eminentemente econômicas, incluem temas conexos, como o combate às desigualdades e políticas de inclusão sociais, políticas de gênero, estabilidade democrática e meio ambiente.