Bancada do PT volta a questionar votação do relatório final da CPI dos Correios

06/04/2006 - 18h31

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os petistas da CPI dos Correios, reunidos na liderança do PT no Senado, reafirmaram hoje (6) o inconformismo da bancada com o desfecho dos trabalhos da comissão, onde o relatório final foi aprovado sem a divulgação das modificações feitas pelo relator antes da votação.

"Seria correto a realização de nova sessão de votação do relatório, onde o deputado Serraglio pudesse esclarecer as modificações que fez no relatório e a partir daí os integrantes da CPMI pudessem votar com conhecimento da matéria e , também, sabendo se haveria ou não votação de destaques", afirmou o relator setorial, José Eduardo Cardoso (PT-SP).

"Nós do PT vamos continuar empenhados para que os resultados das investigações tenham encaminhamento aos órgãos competentes. Não vamos dificultar o prosseguimento das investigações", disse Rands. "Registramos nosso inconformismo diante da mudança do relatório, sem que os integrantes da CPMI tomassem conhecimento das alterações feitas pelo relator".

Os petistas garantiram que não vão recorrer da decisão da CPI no Supremo Tribunal Federal, mas afirmaram que esperam que o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), acate o recurso que apresentaram ontem (5) pedindo a realização de uma nova votação do relatório final da CPI.

O deputado Jorge Bittar (PT-RJ), integrante da CPI, disse que o senador Delcidio Amaral (PT-MS), presidente da CPI, traiu as normas burocráticas na votação do relatório. "O senador violou o regimento interno, violou normas democráticas básicas. Estava havendo sessão deliberativa na Câmara e a Cpi não poderia votar o parecer", disse Bittar.

Em nota oficial, a bancada petista na CPI afirma que são inverdadeiras as afirmações de que a bancada do PT tentou utilizar expedientes de obstrução à votação do relatório. Afirma também que o processo de votação violou vários dispositivos constitucionais e regimentais.

"Essas violações legais e regimentais impediram aos parlamentares e à sociedade brasileira o conhecimento integral da matéria votada, propiciando que o relatório tivesse texto diferente do divulgado e discutido. Por essa razão, foi interposto o recurso contra a decisão do presidente da CPMI que impediu a votação de destaques e até mesmo o simples esclarecimento das modificações introduzidas pelo relator antes da votação, e sem a necessária publicidade dos textos alterados", esclarece a nota oficial.