Aposentados reúnem-se com Lula amanhã para discutir reajuste de benefícios

06/04/2006 - 18h30

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os representantes de sindicatos que congregam aposentados e pensionistas vão tentar fechar acordo amanhã (7), às 10 horas, no Palácio do Planalto, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para reajuste de seus benefícios e sobre outros itens da pauta, que foram discutidos hoje no Ministério da Previdência Social. A informação foi dada em entrevista pelos ministros Nelson Machado, da Previdência e do Trabalho, Luiz Marinho, que passaram o dia reunidos com os sindicalistas.

Segundo Marinho, foram oferecidos 5% de aumento sobre as aposentadorias e pensões a partir de primeiro de abril, e antecipação neste ano da metade do 13º salário para a folha de agosto, que seria paga no princípio de setembro. No próximo ano, segundo a proposta submetida aos sindicalistas, os 50% do 13º. salário poderão ser pagos na folha de junho, para recebimento no princípio de julho.

Outro ítem da pauta que será discutido se refere ao direito de duas passagens gratuitas para cada beneficiário no transporte estadual, previsto no Estatuto do Idoso, além da oferta de mais espaço gratuito nos ônibus, além de outras questões como direito à moradia. Foi decidida na reunião a constituição de comissão interministerial para continuar discutindo essas questões.

A Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) fez contraproposta de 6% nos benefícios, mas o ministro Luiz Marinho disse que no momento é impossível oferecer mais que 5%. Os 5% oferecidos segundo o ministro Nelson Machado significam um peso de mais R$ 1 bilhão na folha da Previdência Social, além do que já está previsto no Orçamento da União.

O ministro estima que o deficit da Previdência neste ano deverá ficar em torno de R$ 44 bilhões, daí "a dificuldade", segundo ele, "de oferecer um índice maior que 5% no reajuste dos benefícios" da Previdência Social. Ele disse que a recuperação do poder real de compra ficará, com a concessão do índice de 5%, em torno de 1,7%.

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical, João Batista Inocentini 5% a mais nos benefícios é uma boa oferta, pois "dá recuperação do poder de compra em patamar que até hoje não foi oferecido".