Violência no campo está aumentando, diz senador do PSDB

05/04/2006 - 13h22

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Incra, Holf Hackbart, participou hoje (5) de uma audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado para discutir a reforma agrária no Brasil.

Na opinião do presidente da comissão, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), é preciso pôr em debate, principalmente, a questão da violência no campo. "É um problema grave e a gente não vê uma linha de solução. Ao contrário, vê uma linha de agravamento de tensões", afirmou, ao acrescentar que essa violência tem aumentado nos últimos anos. Guerra disse entender que os agricultores queiram pressionar a realização da reforma agrária. Mas, segundo ele, há exageros e o desrespeito às leis. "Existe uma radicalização no campo", destacou.

O presidente do Incra discorda que a violência no campo tenha aumentado nos últimos anos. "Ela não está se agravando". E destacou que a reforma agrária é uma questão "fundamental" para as famílias obterem renda. "O grau de tecnologia da indústria e do comércio não consegue absorver toda a mão-de-obra. As famílias querem uma vida digna, obter renda", avaliou Hackbart, para quem a reforma agrária tem cumprido um papel de preservação dos recursos naturais e de desenvolvimento sustentável.

Ele disse, ainda, que nos últimos três anos 245 mil famílias ingressaram no programa de reforma agrária e que existem cadastrados hoje no Incra 112,4 mil grandes imóveis passíveis de desapropriação, dos quais 58 mil são classificados como improdutivos.

A participação de ex-presidentes do Incra estava prevista na audiência pública, como a de Marcelo Resende e do deputado Xico Graziano (PSDB-SP), mas eles não compareceram. O presidente da comissão disse ser provável que uma nova audiência seja marcada, já que poucos senadores participaram dessa reunião - o motivo, segundo ele, é que muitos parlamentares estão viajando para o Rio de Janeiro para o enterro da mãe do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), marcado para às 16 horas.