Guadagnin explica à Corregedoria porque dançou em plenário

05/04/2006 - 21h36

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A deputada Angela Guadagnin (PT-SP) entregou à Corregedoria da Câmara explicações sobre a dança que fez em plenário na sessão da Câmara que absolveu o deputado João Magno (PT-MG). No documento de dez páginas, a deputada alega que ninguém considerou que ela havia quebrado o decoro parlamentar, e nem mesmo o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a advertiu naquele momento.

Guadagnin entende que todos consideraram sua reação normal, como sendo de alegria. "Por minhas crenças e opiniões, sofri discriminação", afirma no documento. O corregedor Ciro Nogueira (PP-PI) informou que na próxima semana apresentará suas conclusões à Mesa da Câmara, para que o órgão decida como proceder, podendo até aplicar alguma penalidade.

Três questionamentos foram encaminhados à Corregedoria: dois deles, de Aldo Rebelo e Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediam esclarecimento sobre o ato da deputada, se configura quebra de decoro; o terceiro, do PPS, pediu advertência verbal ou escrita para Guadagnin. Nogueira disse que dará um parecer único para os três documentos.

Na tribuna, a deputada já disse que a atitude é amparada pela Constituição, que assegura a todo cidadão o direito a livre expressão de opinião e pensamento. Segundo ela, a opinião pública não pode ficar a mercê de um sistema de mídia que se outorga o poder de rotular de forma categórica, ao impor o pensamento único e unilateral de maneira autoritária e antidemocrática.