Astronauta brasileiro não deve sentir efeitos da longa permanência no espaço

05/04/2006 - 15h48

Flávio Dieguez e Aline Bastos
Enviados especiais*

Cidade das Estrelas (Rússia) – O astronauta brasileiro Marcos César Pontes não deve sentir os efeitos colaterais de quem passa longos períodos no espaço, como o russo Valery Tokarev e o americano Willian McArtur, que estão há seis meses sem gravidade. Segundo o general Valery Korzun, primeiro vice-comandante do Centro de Treinamento Gagari, o brasileiro não sentira a ação forte da gravidade porque ficou pouco tempo na Estação Espacial Internacional (ISS).

Quando retornarem ao solo, no Cazaquistão, uma equipé médica fará exames médicos dentro de uma tenda montada pela equipe russa. Um deles será um eletrocardiograma. Cada astronauta será colocado em um helicóptero diferente. E, pela ordem já definida, o astronauta brasileiro deve ser o último a ser transportado.

O primeiro brasileiro que poderá ter contato com Marcos Pontes será o médico Luis Cláudio Lutiis Silveira Martins, que acompanhou a sua preparação. Até vê-lo pela primeira vez, somente a equipe médica russa terá acesso ao astronauta.

Silveira Martins é diretor do Hospital do CTA (Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos-SP), é tenente-coronel da Aeronáutica, como Marcos Pontes, e foi há dois meses designado para acompanhar as questões médicas relacionadas ao vôo espacial.

Depois dos primeiros exames, o grupo segue de helicóptero para Kustanay, no Cazaquistão, onde eles vão dar uma entrevista. Na seqüência, embarcam num avião militar russo para retornar à Moscou e chegarem até a Cidade das Estrelas.

* A viagem dos enviados especiais Flávio Dieguez e Aline Bastos é resultado de parceria entre a Radiobrás e o Ministério da Ciência e Tecnologia.