Produção industrial brasileira cresce 5,4% em fevereiro, aponta IBGE

04/04/2006 - 16h28

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

Rio – A produção de equipamentos para indústria e infra-estrutura – os chamados bens de capital – e de eletrodomésticos e veículos – os chamados bens duráveis – puxou para cima o resultado da indústria brasileira este ano. Em fevereiro deste ano, a indústria brasileira produziu 5,4% a mais que em fevereiro do ano passado. Bens de capital tiveram alta de 10,6% e bens duráveis, de quase 15%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal da Indústria, divulgada hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



Editoria de Arte/ABr

Na comparação com janeiro, a produção industrial de fevereiro teve alta de 1,2%, o que foi uma melhora após recuo de 1,3% registrado em janeiro. Com isso, a taxa acumulada nos últimos doze meses subiu 3%, interrompendo a trajetória de queda que vinha sendo observada desde março do ano passado.

A forte elevação de bens duráveis foi atribuída ao crescimento do mercado interno que foi estimulado por fatores como a ampliação do crédito, pelo chefe da Coordenação da Indústria do IBGE, Sílvio Sales. Segundo o economista, alguns setores específicos também se beneficiaram com as exportações, que continuam crescendo, mas a taxas menores que as observadas nos últimos meses.

Silvio Sales destacou que os bons resultados registrados no primeiro bimestre de 2006 no indicador de bens de capital, caracterizados por máquinas e equipamentos, e nos bens intermediários, caracterizados como insumos para a construção civil sugerem um recuperação na taxa de investimentos no país.

Os dois itens são utilizados no cálculo da taxa que é elaborada pelo IBGE, a cada três meses, quando são consolidadas as contas nacionais. Eles indicam a direção que tomam os investimentos na economia. "Quanto mais investe o país investe (nestas áreas), mais fica preparado para crescer à frente. Isso significa também que quem está investindo tem uma perspectiva favorável para o futuro", explicou Sales.

A expansão da atividade industrial pode ser considerada generalizada já que foi observada em 15 das 23 atividades pesquisadas. Entre as atividades que apresentaram resultados positivos e mais contribuíram para o índice de fevereiro, na comparação com janeiro, estão a farmacêutica (26,2%), a de veículos automotores (4,8%), a de máquinas e equipamentos (2,6%) e a de bebidas (3,7%).

Na avaliação do IBGE, os índices favoráveis dos segmentos farmacêutico e de veículos automotores devem ser relativizados, uma vez que estes setores tiveram quedas significativas nos últimos meses.