Município paranaense incluído na expansão do programa Sentinela inicia atendimento hoje

04/04/2006 - 13h26

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - O município de Rio Negro, no Paraná, um dos 25 contemplados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no processo de expansão do programa Sentinela, começou a prestar atendimento hoje (4). O Sentinela é um programa do governo federal que atende a crianças, adolescentes e famílias envolvidas com a violência sexual, por meio de um conjunto de ações sociais especializadas e multiprofissionais.

O estado do Paraná já tem 28 centros de referência especializada de assistência social. Segundo o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimmermann, o Paraná vai agora ampliar de 1.550 para 2.830 o número de famílias atendidas. O secretário explicou que, além de atender as crianças, oferecendo todo tipo de acompanhamento, os centros orientam e encaminham as famílias à rede de atendimento para participar de programas sociais e de geração de renda.

"Essas ações promovem a inclusão social e diminuem as chances de repetição dos casos de violência contra as crianças", disse o padre Roque. Para ele, é importante também o fortalecimento da auto-estima dessas pessoas, que possibilita o resgate da dignidade. Além disso, afirmou, "existem estatísticas que temos a obrigação de mudar".

De acordo com o secretário, o Paraná é o estado do Sul com maior índice de exclusão social de pessoas abaixo de 18 anos. Segundo o Censo 2000, mais de 1,3 milhão de crianças e adolescentes paranaenses estão inseridas em famílias cuja renda per capita é de até meio salário mínimo. Dados da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social mostram que 334 mil paranaenses de 10 a 17 anos trabalham, o que significa 7,1% do total da população ocupada do estado.

Em 48 municípios paranaenses, funcionam centros com capacidade para atender até 50 famílias e, em outros cinco, o atendimento é estendido para 80 famílias. A coordenadora do programa no estado, Lenir Mainardes, informou que, no ano passado, 33% dos municípios apontaram negligência e violência psicológica como os tipos de violência mais comuns. O Sentinela atendeu, de julho a dezembro de 2005, 2.393 casos no Paraná. Desses, 1.476 eram do sexo feminino e faixa etária mais atingida por esse tipo de violência foi de 7 a 14 anos.

No ano passado, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome liberou para o programa no Paraná R$ 2,1 milhões. Lenir Mainardes disse que o diferencial no estado é que a esse montante soma-se o que é arrecadado pelo Fundo da Infância e do Adolescente (FIA), criado com recursos extraídos do recolhimento de taxas e impostos estaduais.