Manifestantes foram agredidos na delegacia, dizem representantes dos movimentos sociais mineiros

04/04/2006 - 20h58

Carolina Pimentel
Enviada especial

Belo Horizonte - Representantes dos movimentos sociais mineiros informaram que manifestantes detidos após o confronto com policiais militares, ontem (3), diante da sede da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), foram agredidos na delegacia. A manifestação era contra a realização da 47ª Reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que será encerrada amanhã (5).

Segundo os organizadores dos movimentos, 11 pessoas foram presas e mais de 30 ficaram feridas. Eles contaram que os policiais militares xingaram e deram tapas nos manifestantes detidos. Segundo o deputado estadual Rogério Correia (PT), que apóia o encontro dos movimentos sociais, "todos reclamaram que foram torturados". Correia informou ainda que alguns manifestantes ficaram algemados por mais de três horas.

Todos fizaram exame de corpo delito e os movimentos sociais pretendem tomar as medidas cabíveis junto ao Ministério Público. A manifestação, segundo alegam, era pacifíca e a depredação do saguão da sede da Cemig foi resultado de repressão por parte policiais.

"A violência que ocorreu na Cemig não e fruto dessa manifestação que estamos fazendo. Nós já fizemos varias manifestações em Belo Horizonte, a sociedade é testemunha disso, todas de forma ordeira. O fruto dessa violência vem de uma truculência da polícia militar que não nos permitiu a manifestação de forma ordeira e pacifíca", afirmou o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST), Ênio Bomenberger.

Procurado por telefone, à tarde, o comando da Polícia Militar não retornou as ligações, para comentar as declarações dos representantes dos movimentos sociais. Sérgio Augusto Diniz, assistente da diretoria da Cemig, informou que a recepção no prédio-sede voltará a funcionar parcialmente amanhã (5).