Mais de 40 auditores fiscais do trabalho estão envolvidos em corrupção no Rio, segundo a PF

04/04/2006 - 16h23

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio – O esquema de corrupção na Delegacia Regional do Trabalho, no Rio de Janeiro (DRT-RJ), envolve 43 auditores fiscais do trabalho, 23% do quadro de auditores lotados no órgão. O esquema foi desmontado hoje (4) em uma operação da Polícia Federal que prendeu, até o momento, 54 pessoas.

Elas são acusadas de envolvimento em fraudes nas homologações de rescisões trabalhistas e na venda de proteção fiscal a empresários em débitos com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, esteve na Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, e disse que esse é o maior caso de corrupção apurado até agora durante sua gestão no Ministério.

O procurador do Ministério Público Federal Carlos Alberto Aguiar informou que as investigações também se estenderão aos empresários, já que foi constatado que em alguns segmentos empresariais, como de empresas de ônibus e da construção civil, contavam com a proteção dos fiscais acusados de corrupção.

O procurador chegou a dizer que o Ministério Público também está investigando a hipótese do esquema de corrupção dentro da DRT-RJ ter sido usado, em uma determinada época, na montagem de uma caixinha para financiamento de campanha política. Porem, quando a imprensa pediu mais detalhes, Carlos Alberto Aguiar, explicou que era apenas uma hipótese, uma "ilação" de sua parte.

A operação da Polícia Federal, chamada de Paralelo 251, contou com a participação de 420 policiais federais de vários estados. Eles cumpriram 56 mandados de prisão e 103 de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal. A operação foi realizada nos municípios fluminenses de Magé, Nova Iguaçu, São Pedro da Aldeia, Maricá, Niterói, Friburgo e Rio de Janeiro.