Efraim diz esperar que acareação de Okamoto e Venceslau esclareça divergências

04/04/2006 - 12h50

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Começou há pouco a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos em que será feita a acareação do presidente do Serviço Nacional de Apoio à Micro e Pequena Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto, e o ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau.

Antes do início da reunião, o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), disse que existem divergências entre o que foi dito no depoimento de cada um deles. "Esperamos que essas divergências e contradições sejam esclarecidas. Esse é o objetivo da acareação".

Efraim disse ainda que, dependendo do que for dito hoje a CPI, poderá reconsiderar um pedido de quebra de sigilo de Okamoto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Sobre o pagamento de R$ 29,4 mil que Okamoto admitiu ter feito ao PT para quitar uma dívida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Efraim disse que o assunto já foi tratado. "Isso vai constar do relatório do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). Tenho certeza de que o Ministério Público explorará esse assunto quando receber todas as investigações da CPI".

Para Efraim, no entanto, Okamoto ainda rersiste em explicar a origem do dinheiro usado para pagar o empréstimo. "O que o senhor Paulo Okamoto não quer é que nós possamos buscar a origem desse dinheiro através da quebra de seu sigilo".

Sobre a garantia que Okamato recebeu do STF para que seus advogados participem da reunião, Efraim acredita que isso não irá atrapalhar a acareação. "O advogado vai poder orientar como sempre pôde. Vamos manter o ritmo normal".

O STF também garantiu a Okamoto responder apenas a perguntas que esclareçam pontos de divergência de declarações dadas anteriormente pelos acareados, relativas ao objeto da investigação da CPI. "À medida que ele for ficando calado, em determinados assuntos, se vai confessando a culpa", disse Efraim.