Decisão de Okamotto de não abrir sigilo bancário reforça suspeitas, avalia presidente da CPI

04/04/2006 - 19h34

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), criticou a atitude do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. Ele não permitiu a abertura de seu sigilo bancário, como pediram hoje (4) senadores da CPI.

A quebra do sigilo de Okamotto, solicitada pela comissão, foi suspenta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para Efraim, a insistência do presidente do Sebrae em não abrir seu sigilo reforça ainda mais a suspeita da CPI.

Antes de sua posse como presidente, Luiz Inácio Lula da Silva deu procuração para que Okamotto organizasse suas contas pessoais. Okamotto diz ter pago, durante esse período, uma dívida de quase R$ 30 mil de Lula com o PT. Diz ter ficado constrangido em cobrar a dívida de Lula.

A CPI quer quebrar o sigilo do presidente da Sebrae porque suspeita que o recurso para quitar a dívida de Lula teria vindo de uma "fonte suspeita", segundo Efraim.

Segundo o senador, integrantes da comissão esperavam que hoje, durante acareação com o ex-petista Paulo de Tarso Venceslau, na CPI, o presidente do Sebrae fosse dispor da quebra de seu sigilo. "Esperávamos que houvesse por parte de Okamoto a vontade de ajudar a CPI e o país, o que não foi feito".

Amanhã (5), a CPI dos Bingos realiza sessão administrativa, na qual devem ser votados alguns requerimentos, entre eles, o que convoca o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, para prestar esclarecimentos sobre a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Também deve ser votado amanhã, segundo Efraim Moraes, requerimento do senador José Jorge (PFL-PE) que pede a convocação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix; e do diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência, Márcio Paulo Buzanelli, para prestarem esclarecimentos sobre a denúncia de que o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, teria utilizado a área de inteligência do governo para investigar o caseiro Francenildo. O requerimento foi apresentado hoje por José Jorge.