Cesta básica sobe em nove capitais, segundo Dieese

04/04/2006 - 21h39

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O preço dos gêneros alimentícios que compõem a cesta básica subiu em nove das 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os dados são relativos ao mês de março. Os principais aumentos ocorreram no Nordeste: Recife (+4,86%), Salvador (+4,61%), João Pessoa (+3,58%) e Aracaju (+2,11%). As quedas mais significativas foram apuradas no Rio de Janeiro (-2,28%), Fortaleza (-1,94%), Florianópolis (-1,65%) e Porto Alegre (-1,26%).

A capital paulista continuou a ser a cidade com a cesta básica mais cara (R$ 177,28). Apenas em São Paulo e Brasília (R$ 173,29), o custo da cesta superou R$ 170,00. Fortaleza manteve-se como a localidade com menor valor para os produtos essenciais (R$ 125,03), bem abaixo do verificado em Natal (R$ 132,26), a segunda mais barata.

Segundo o Dieese, o valor do salário mínimo em março deveria corresponder a R$ 1.489,33 para ser suficiente para a manutenção de uma família, suprindo suas necessidades com alimentação, moradia, transporte, vestuário, saúde, educação, higiene, lazer e previdência. Esse valor é 4,96 vezes maior que o mínimo vigente no mês passado. Em março de 2005, o mínimo apurado como necessário era de R$ 1.477,49 ou 5,68 vezes o salário mínimo vigente então (R$ 260,00).

Os produtos da cesta que mais aumentaram de preço em março foram: açúcar, feijão e tomate. O açúcar, o produto que mais subiu, registrou alta em 14 capitais, entre 16 pesquisadas. A cidade com maior elevação foi Belém (+14,12%). Segundo o Dieese, a alta do açúcar foi influenciada pela entressafra da cana-de-açúcar e a forte pressão do mercado internacional.

Onze capitais apresentaram aumento do feijão, com destaque para Salvador (+29,98), onde foi registrada a maior elevação. O tomate também subiu em 11 capitais, com destaque para Recife (+36,36).

No acumulado dos últimos 12 meses (de abril de 2005 e março de 2004), nove localidades das 16 pesquisadas registraram alta no custo da cesta. A maior elevação ocorreu em Belo Horizonte (+4,77%). Das sete cidades que apresentaram, no período, queda do preço, Porto Alegre se destacou: registrou queda de 6,57% na cesta.