Confederação alerta para fraudes no número de beneficiários do INSS não recadastrados

03/04/2006 - 13h41

Valtemir Rodrigues
Da voz do Brasil

Brasília - O presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Benedito Marcílio, disse acreditar que boa parte das cerca de 80 mil pessoas que terão seus benefícios suspensos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já tenha morrido. Segundo ele, "é muita gente e ainda não sabemos se são realmente pessoas que não conseguiram obter o aviso ou se esqueceram dele". Ressalvou, porém, que "pode ser que aí haja um grande número de fraudes, de recebimento do benefício de forma indevida".

A hipótese de morte de muitos dos 80 mil segurados foi apresentada pelo Ministério da Previdência Social e o presidente da Cobap admitiu cautela por parte do órgão, mas defendeu que se houver fraudes, "é preciso investigar e não ficar simplesmente na denúncia". Ele acrescentou: "Devemos exigir o ressarcimento desses recursos e punir os responsáveis".

Para a diretora de Políticas Sociais da Confederação Brasileira dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alessandra Luna, o Censo Previdenciário é uma alternativa de combate às fraudes. "Deve receber o beneficio quem de fato tem direito a ele. Existem formas para se combater as fraudes, como o cruzamento de dados, e isso não tem sido feito", disse.

A suspensão do pagamento dos benefícios ocorre porque essas pessoas não atualizaram os dados cadastrais até o dia 24 de fevereiro, quando terminou a primeira etapa do Censo. Para desbloquear o pagamento, não é necessário ir a um posto do INSS: o beneficiário deve se recadastrar na agência bancária em que costuma receber o pagamento, apresentando documento com foto, de preferência a Carteira de Identidade, e o Cadastro de Pessoa Física (CPF).