Flávio Dieguez*
Enviado especial

Moscou – "Eu estava apreensivo, porque não sabia se ia dar certo. Agora estou ansioso pelo resultado", disse Kléber Sampaio, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), depois de saber de Marcos César Pontes que a primeira metade de sua experiência tinha sido realizada e que tudo tinha corrido bem.

Pontes também enviou a Sampaio uma foto na qual o astronauta aparece observando o experimento, chamado de minitubos de calor. Trata-se de uma placa de metal com 10 centímetros de comprimento, na qual foram moldados sete tubos menores, mais finos. A moldagem cria microburacos no metal dentro dos tubos, que podem absorver água.

A idéia é aquecer uma ponta da placa para fazer a água evaporar e escapar para a outra ponta. Se der certo, pode ajudar a construir uma espécie de mini-ar-condicionado para satélites, para resfriar circuitos eletrônicos, por exemplo.

Sampaio está terminando o mestrado em engenharia e montou o experimento sob a orientação da pesquisadora Márcia Mantelli, também da UFSC.

A experiência demora quatro dias porque os tubos tem que ser aquecidos bem devagar, durante duas horas e meia. No primeiro dia, o aquecimento foi feito em cinco passos. No segundo, em quatro. Amanhã, Pontes vai aquecê-los em três passos e depois vai repetir a primeira etapa, por segurança.

O resultado só vai ser conhecido depois que Pontes descer, trazendo os dados de cada teste, registrados pelo equipamento de Sampaio. Ele irá esperar. "Estou aqui de plantão, para ajudar Pontes, se houver algum problema".

*A viagem do enviado especial Flávio Dieguez é resultado de parceria entre a Radiobrás e o Ministério da Ciência e Tecnologia.