Analistas de mercado projetam inflação igual à meta de 4,50%

03/04/2006 - 10h45

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Tudo leva a crer que a inflação deste ano será declinante pelo quarto ano consecutivo. Pelo menos na ótica dos analistas de mercado, que o Banco Central ouve todas as sextas-feiras para "sentir" as tendências dos principais indicadores da economia, e que dá origem ao boletim Focus.

De acordo com a média das expectativas dos economistas do setor privado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais, deve fechar o ano em 4,50% - igual à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

É a primeira vez, desde que o governo criou a política de metas a serem atingidas na economia, que os prognósticos do setor privado coincidem com a trajetória oficial. Melhor ainda, porque esboça uma redução significativa das projeções de inflação para o ano, que na pesquisa da semana anterior apontavam para IPCA de 4,57%.

Os números que constam do boletim Focus distribuído hoje (3) pelo BC mostram que, apesar de a inflação de março ter ficado em um patamar alto, em torno de 0,47%, deve cair para cerca de 0,35% neste mês, e a tendência para os meses futuros é de cair mais ainda. Os analistas projetam queda de 4,32% para 4,25% na inflação dos próximos 12 meses.

A estimativa de mercado para os reajustes acumulados dos preços administrados por contrato ou monitorados (energia elétrica, combustíveis, telefonia, educação, medicamentos, transportes urbanos e outros) também é de 4,50% neste ano, com possibilidade de redução para 4,10% em 2007.

As perspectivas são de que os preços estejam mais controlados ainda no mercado paulista, onde o índice de Preços ao Consumidor medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) estima inflação de 4,25%, ante projeção de 4,30% na pesquisa anterior.

Os indicadores de inflação no atacado apontam para reduções ainda maiores: o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) cai de 3,83% para 3,58% na semana, e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) cede de 3,94% para 3,55%.