Secretário da ABTO diz que falta divulgação sobre transplante de órgãos

02/04/2006 - 14h18

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O secretário da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Paulo Massarolo, considera que o progresso técnico alcançado pela área de transplantes não foi acompanhado da capacidade de obtenção de órgãos. Para ele, isso se deve à falta de divulgação de aspectos relacionados à questão. Massarolo deu entrevista ao Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM.

"A maioria dos falecimentos em lista de espera se deve ao fato de que demora anos para a gente obter, dentro da lista, um órgão compatível com a maioria dos pacientes. Além da falta de divulgação, há outras deficiências. Acho que o grande dilema que as pessoas passam é tomar uma decisão por alguém que já morreu. Seria mais importante que as pessoas discutissem a doação de órgãos e manifestassem para os seus familiares aquilo que elas gostariam que acontecesse quando falecessem", disse.

Segundo Massarolo, o Brasil está entre os principais países da área de transplantes de órgãos. Ele considera, no entanto, que é preciso fazer mais. "O Brasil fica entre os sete maiores países. Sob aspectos técnicos, os resultados são muito satisfatórios. No entanto, quando colocamos o número de transplantes em relação ao total da nossa população, caímos para uma posição muito ruim no ranking internacional. Fazemos muitos transplantes com bons resultados mas, relativamente, precisaríamos fazer um número muitas vezes maior, algo como dez vezes mais transplantes do que fazemos", destacou.

Para chegar a isso, ele afirmou que é fundamental obter mais órgãos e defendeu a realização de campanhas voltadas para a população. "Campanhas para estimular o diálogo e campanhas de educação médica para que os médicos façam notificação dos potenciais doadores", salientou.

Na página eletrônica www.abto.org.br há informações técnicas e aspectos da legislação. Também é possível tirar dúvidas por meio do contato disponível na página.