OAB critica nota do Exército sobre 31 de março

02/04/2006 - 18h19

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, criticou hoje a nota distribuída em todas as unidades militares do país, na qual o comandante do Exército, general Francisco de Albuquerque, exalta o 31 de março, dia em que, há 42 anos, houve o golpe militar.

"Ao contrário do general Albuquerque, a OAB não tem nada a comemorar nesse 31 de março e reitera sua permanente luta pela preservação do estado democrático de direito, das liberdades civis e dos direitos e garantias individuais que, lamentavelmente, não foram respeitadas pelo regime militar", disse Busato.

Na nota do Exército, o general Albuquerque diz que "o 31 de março insere-se, pois, na história da pátria e é sob o prisma dos valores imutáveis de nossa força e da dinâmica conjuntural que o entendemos. É memória, dignificado à época pelo incontestável apoio popular, e une-se, vigorosamente, aos demais acontecimentos vividos, para alicerçar, em cada brasileiro, a convicção perene de que preservar a democracia é dever nacional".

O comandante registrou, ainda, que o Exército é "parcela ativa da sociedade brasileira, representado em suas fileiras por todas as camadas sociais, segmentos raciais, credos religiosos e totalmente afinado com os anseios e aspirações do nosso povo".

Suzana Lisboa, ex-representante de vítimas na Comissão de Desaparecidos
Políticos, pediu a demissão imediata do general Albuquerque."Esse ministro já deveria ter sido demitido por passagens anteriores. Essa deve ser definitiva. Ele não pode ser comandante de um Exército de um país que pretende ser democrático", disse ela.