Altos riscos e baixo retorno reduzem investimentos privados em infra-estrutura, diz executivo

02/04/2006 - 13h54

Carolina Pimentel
Enviada especial

Belo Horizonte – Altos riscos, baixo retorno, regulamentação excessiva ou inadequada, risco de moeda, inflação e falta de mercado são alguns dos fatores que tornam os investimentos privados em infra-estrutura nos países latino-americanos e caribenhos cada vez mais escassos. A avaliação é do chefe executivo do Fundo de Infra-Estrutura para a América Latina e o Caribe, Everett Santos.

Ele e outros conferencistas participam do debate sobre "Um clima melhor para o investimento do setor privado em infra-estrutura na América Latina e Caribe". De acordo com Santos, em 1996 a América Latina recebeu US$ 1 bilhão em investimentos no setor e hoje não consegue atrair esse volume de recursos.

Outras duas preocupações apontadas por Santos foram o grande percentual de pessoas que vivem na miséria na região e a falta de ações de infra-estrutura que beneficiem imediatamente a população. "Se você está tentando aumentar a infra-estrutura, você quer atingir mais pessoas. Você não pode pedir investimento, se não tem apoio da sociedade".

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o objetivo do governo é criar um ambiente cada vez mais previsível para o investidor. "Nós achamos fundamental que quem quiser discutir sobre investimento no nosso país, tenha condições de saber como gastará o seu investimento nos próximos cinco ou dez anos".

Apesar da desaceleração na aplicação de recursos nas últimas décadas, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Demian Fiocca, ressaltou que houve crescimento, se a análise é feita ano a ano. Segundo ele, o banco emprestou US$ 10,8 bilhões, em 2001, para os setores de petróleo e energia. No ano passado, o volume passou para US$ 15,8 bilhões.