Para Amorim, reunião sobre Rodada Doha mostrou necessidade de aprofundar negociações

01/04/2006 - 21h13

Vítor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - A necessidade de aprofundar os trabalhos de negociação sobre a abertura de mercados agrícolas e não-agrícolas e sobre os subsídios domésticos foi uma das conclusões da reunião informal sobre a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (que trata do fim dos subsídios agrícolas nos países ricos e a redução das barreiras para produtos industrializados nos países mais pobres). O encontro reuniu hoje (1), no Rio, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e os representantes comerciais dos Estados Unidos, Robert Portman, e da União Européia, Peter Mandelson.

Segundo Amorim, umas das maiores necessidades apontadas pelos três negociadores é a aceleração dos estudos e simulações sobre a área de apoio doméstico na agricultura dos países ricos, para avaliar exatamente como baixar os subsídios. "Todos nós temos uma idéia geral dos números, mas quando chegamos ao ponto em que estamos, é importante se ter uma noção precisa dos números", afirmou.

O ministro ressaltou, entretanto, que a conversa entre os três representantes foi puramente exploratória e não teve caráter decisório, uma vez que qualquer acerto terá que ser feito entre todos os países-membros da OMC. "Nós temos muito claramente a noção de que esses encontros informais restritos valem como troca de idéias e explorações. Nada pode ser decidido e nada se tentou decidir nesse grupo de três. Mas, dentro dessa proposta, nosso encontro foi positivo", acrescentou.

Os negociadores comerciais da União Européia e dos Estados Unidos também destacaram a necessidade de avançar nas negociações, de forma rápida, a fim de encontrar um resultado positivo para todas as partes envolvidas, tanto os países desenvolvidos quanto aqueles em desenvolvimento.