Complexo petroquímico é ''perigo muito grande para nós'', diz líder de pescadores

28/03/2006 - 21h38

Thais Leitão e Vitor Abdala
Repórteres da Agência Brasil

Rio - Os pescadores de rios como o Macacu e o Caceribu, que ficam na região em que será instalado o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), estão apreensivos com as conseqüências ambientais e sociais da obra.

"Tem que haver um sistema de tratamento adequado para o material que vai ser descartado, se não vai trazer impactos ambientais que podem prejudicar 20 mil chefes de família que dependem da pesca na Baía de Guanabara", afirmou o presidente da colônia de pescadores Z-8, em Niterói, Gilberto Alves. "Eu sei que vai gerar emprego, mas é um perigo muito grande para nós", disse.

A diretora da ONG Guardiões do Mar e doutora em Biologia Marinha, Graça Bispo, ressaltou que qualquer atividade ligada ao petróleo traz impactos ambientais, mas é preciso analisar todos os benefícios conseqüentes.

"A gente precisa pensar que há uma série de pessoas que precisam de uma colocação profissional, gerada por empreendimentos como esse. O homem também faz parte do ecossistema", afirmou Bispo.

A assessoria de imprensa da Petrobras informou que antes de definir o local de instalação do Complexo Petroquímico, foram realizados diversos estudos de impactos ambientais, sociais e econômicos.