Rossetto diz que ação na Aracruz prejudicou visibilidade de conferência sobre reforma agrária

10/03/2006 - 22h54

Spensy Pimentel
Enviado especial

Porto Alegre - A ação de mulheres da Via Campesina na unidade da Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro (RS), na madrugada da quarta-feira (8), prejudicou a visibilidade da 2ª Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, para quem "esta rica experiência (da conferência) deveria ser compartilhada com o povo brasileiro e o povo gaúcho".

Rossetto acrescentou que "infelizmente essa riqueza que se manifestou aqui foi subordinada a essa outra agenda, essas opiniões de tantas autoridades, de tantos militantes que desenvolvem tantas experiências em escala mundial", em referência ao debate entre os representantes das 96 delegações que participaram da conferência encerrada hoje (10).

O ministro reafirmou sua condenação aos atos de quarta-feira: "Nós não concordamos em hipótese alguma. Não há nenhum espaco para concordância. Condenamos atos que produzam violência e destruição".

Mas diferenciou a questão do diálogo com os movimentos sociais responsáveis pela ação: "Nós continuaremos num diálogo institucional com todas as organizações. A relação democrática que estamos construindo exige uma capacidade de relacionamento, mesmo quando não há concordância com atos e opiniões."