Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB) e o relator senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), devem se encontrar com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, na manhã desta terça-feira (7).
No início da última semana, Jobim suspendeu a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de Paulo Okamotto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que havia sido aprovada pela CPI. Depois, outra liminar impediu a quebra de sigilos do empresário Roberto Carlos da Silva Kurzweil. O ministro já havia concedido liminar impedindo a quebra de sigilos do empresário em 20 de janeiro. A CPI aprovou novo requerimento, mas de acordo com Jobim, o novo pedido não tinha a devida fundamentação legal, repetindo o ocorrido no primeiro pedido. Na quarta-feira, durante abertura do Ano do Judiciário, Jobim disse que as decisões do órgão visam assegurar liberdades e garantias individuais. Para ele, não se pode violar a proteção a esses direitos em nome da repressão ao crime e ao combate à corrupção.
Okamotto está sendo investigado porque teria pago uma dívida pessoal do presidente Lula com o PT de quase R$ 30 mil, entre dezembro de 2003 e fevereiro de 2004. Nota divulgada pelo partido na época em que as informações foram veiculadas pela imprensa dizia que a dívida era relativa a despesas com viagens feitas em 2002 pelo presidente, ainda como pré-candidato ao cargo.
Já Kurzweil é empresário em Ribeirão Preto. Ele seria o dono da locadora que disponibilizou um carro, um Omega preto blindado, para levar Ralf Barquete e caixas de bebidas que supostamente teriam dinheiro dentro, vindas de Cuba, para caixa 2 do PT. Kurzweil confirmou que alugou o carro e que cedeu os serviços de seu motorista, na época Éder Eustáquio Macedo, ao PT. O empresário deverá ser ouvido na próxima terça-feira.
Os senadores também deverão ouvir Carlos Roberto Martins, dono de bingo em Goiânia e Messias Antônio Ribeiro Neto, ex-sócio de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira na empresa GERPLAN, vencedora de licitação estadual para controle de loterias no Estado de Goiás.
