Lula aponta assentamento no Acre como exemplo de como seu governo faz reforma agrária

21/01/2006 - 20h31

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília – "Este assentamento aqui não é mais um assentamento. Isso aqui vai ser um exemplo fotografado historicamente para que a gente mostre ao mundo que a nossa reforma agrária não é dar um pedaço de terra e esquecer o trabalhador jogado no mato". A afirmação, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi feita hoje (21) durante o lançamento do projeto de desenvolvimento sustentável agroflorestal Nova Bonal, no município de Senador Guiomard (AC).

O presidente Lula disse que a reforma agrária do seu governo não se resume a dar terra – tem também a responsabilidade de dar financiamento, assistência técnica e energia elétrica, além de promover a combinação entre a produção e a industrialização "para que as pessoas possam cumprir todo o ciclo produtivo e para que a gente possa gerar emprego para os mais velhos e também para os nossos filhos".

Na ocasião também foi assinado o termo que autoriza a Eletrobrás a contratar a Eletroacre para a segunda etapa de obras do programa Luz para Todos no estado, num valor de R$ 110 milhões, para beneficiar 15 mil famílias. E foi assinada, ainda, a ordem de serviço para o início das obras de expansão do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica do Acre, com investimentos orçados em R$ 172,5 milhões. A previsão é de que as obras sejam concluídas em dezembro de 2007 e atendam 73 mil pessoas de cinco municípios.

Lula disse que cada ligação de energia feita no assentamento Nova Bonal custa mais de R$ 3.600. Ele afirmou que o compromisso seu e de sua equipe é garantir que 12 milhões de brasileiros passem a ter energia elétrica e não precisem pagar por toda a obra de infra-estrutura. "Nesse projeto que começou no final de 2003, nós já atendemos mais de 450 mil famílias, o que dá quase 2,5 milhões de pessoas", comentou.

O presidente disse ainda que com a energia elétrica vem a oportunidade de comprar um rádio ou uma TV e, logo, "alguém monta uma casa de farinha para moer a farinha, e outro dá início a um negócio com açaí, e, de repente, aquelas pessoas que estavam nas trevas começam a falar que são cidadãos".