Saraiva Felipe diz que Rio tem condições favoráveis para epidemia de dengue

19/01/2006 - 19h20

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, reconheceu a possibilidade de epidemia de dengue no território fluminense. Disse que isso só não ocorreu porque não houve a entrada do vírus 4 da doença no estado.

Dos quatro tipos diferentes de dengue, os de maior freqüência são os vírus dois e três que, também, podem provocar os casos mais graves, com evolução para a dengue hemorrágica. Os quatro tipos causam, no entanto, os mesmos sintomas nos pacientes, entre os quais febre e dor no corpo.

O levantamento do índice de aedes aegyphti, chamado Lira, feito pelo ministério, constatou a existência, em algumas regiões do Rio de Janeiro, de "bolsões com índice de infestação altíssimo, superior a 7%, quando o nível aceitável é de 1%", informou o ministro. Segundo ele, isso favorece a ocorrência de uma epidemia.

"Claro que favorece no caso de um vírus que não foi disseminado ainda entre a população, como o vírus 4. Se ele chegar, nós podemos ter uma epidemia grave, com números bastante elevados de casos", admitiu.

Por outro lado, Saraiva Felipe afirmou que não há constatação da presença do vírus tipo 4 no estado. Alertou que ainda é tempo para conter o avanço da doença, através de campanhas de utilidade pública e da ação de agentes de saúde, com visitas em domicílios e mobilização popular.

Ele enfatizou que o ministério está intensificando em todo o país as ações de combate à doença. Citou como exemplo o estado de Rondônia, onde o Ministério da Defesa envolveu-se no trabalho, com treinamento de pessoal. No estado do Rio, a mobilização é no sentido de que "o poder público possa fazer o que pode ser feito, que são as visitas domiciliares para orientação". Segundo o ministro, 18 casos de dengue foram confirmados em Jacarepaguá e Acari, no Rio.

Ele lembrou ainda que, em 2002, o Brasil registrou quase 800 mil casos, mais de 300 mil casos foram no Rio em janeiro.