Recursos repassados pelo Ministério da Saúde ao Rio superam R$ 100 milhões, diz Saraiva Felipe

19/01/2006 - 19h30

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – Os investimentos do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro superam em muito os R$ 100 milhões, afirmou hoje (19) o titular da pasta, Saraiva Felipe, em solenidade no Hospital Souza Aguiar.

Somente com os quatro hospitais retomados pelo ministério (Andaraí, Lagoa, Ipanema e Cardoso Fontes), cuja estrutura de direção foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira, estão sendo investidos R$ 120 milhões, informou o ministro. "Foram reativados 179 leitos e 11 leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]". Ele acrescentou que existem obras em processo de licitação que irão recuperar a parte física e de equipamentos dessas unidades, além de estar em curso a realização de concurso para contratação de mais 3,4 mil funcionários, entre médicos e pessoal de apoio, para esses hospitais.

O ministro afirmou que o governo federal estava ajudando também hospitais como o Souza Aguiar, referência no Estado do Rio em emergência, com 512 leitos, que receberá recursos para reforma e compra de equipamentos, "para cuidar do acolhimento porque, muitas vezes, os problemas dos hospitais estão ligados a acolhimento". "A população é mal atendida", disse.

Saraiva Felipe informou que está sendo construída uma unidade de emergência nova no Hospital Miguel Couto, frisando que esse era um compromisso do governo federal com vistas aos Jogos Panamericanos de 2007, que serão realizados na cidade.

Os recursos liberados hoje pelo ministério para a prefeitura carioca somam R$ 45,5 milhões e englobam, ainda, adequação de quatro unidades hospitalares para atendimento pré-hospitalar de urgência 24 horas por dia. "A consciência que eu tenho é que o governo federal nunca investiu tanto [no estado], e eu resolvi dar particular atenção ao Rio de Janeiro, porque eu acho que aqui nós temos, a médio prazo, solução para os problemas assistenciais, que são reais".

O ministro salientou, ainda, as ações que vêm sendo empreendidas pelo ministério, em especial na área litorânea, para desafogar o atendimento na capital fluminense. "É um absurdo que alguém em Cabo Frio, na Região dos Lagos, para ter um atendimento de câncer, tenha que vir ao Instituto Nacional de Câncer [Inca], no Rio de Janeiro".

O ministério está descentralizando o atendimento na região metropolitana do Rio de Janeiro, através do credenciamento de instituições, com vistas a que, no médio prazo, o problema seja solucionado. O objetivo é que "o Rio de Janeiro deixe de ser cartão postal negativo na área de saúde", disse Saraiva Felipe.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Saúde participam amanhã (20) da assinatura de convênios na Baixada Fluminense, envolvendo recursos de R$ 56 milhões, que serão aplicados no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento de cerca de 3,6 milhões de pessoas.