Para ministério, redução da mortalidade infantil está ligada ao engajamento de toda a sociedade

18/01/2006 - 22h03

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília – Para reduzir as causas da mortalidade infantil e neonatal, é necessário um enfrentamento global, da sociedade como um todo. A afirmação é de Adson França, coordenador do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal do Ministério da Saúde.

Segundo França, para reduzir a mortalidade é necessário o envolvimento dos três níveis de governo e da sociedade civil organizada: "a mortalidade materna é difícil de ser combatida e envolve vários fatores como escolaridade, aspectos sócio-econômicos, acesso a serviços de saúde de qualidade, decisões políticas e o comprometimento dos governos com o enfrentamento dos óbitos".

O coordenador defende que a experiência brasileira, lançada em 8 de março de 2004, Dia Internacional da Mulher, compromete a sociedade civil com a elaboração de políticas públicas e a envolve no monitoramento e avaliação dessas políticas.

"Nós estamos confiantes de que essa proposição vai agregar mais atores e nós vamos ter um envolvimento maior até mesmo para enfrentar o problema da escolaridade. A maioria das mulheres que morrem têm uma baixa escolaridade", afirmou. De acordo com o coordenador, a mortalidade também é ligada a fatores sociais e de distribuição de renda.

França informou que o Pacto Nacional já levou 71 municípios acima de 100 mil habitantes a elaborarem planos de redução da mortalidade materna e neonatal, aprovados pelos Conselhos Municipais de Saúde. Ele afirmou que 21 estados e mais o Distrito Federal já aderiram ao pacto e possuem planos de médio e longo prazo para a redução da mortalidade.

Outro avanço é a qualificação de profissionais de saúde. Segundo o coordenador, 120 maternidades de referência no Brasil já estão promovendo cursos, 1280 profissionais estão se qualificando para atendimento aos recém-nascidos. Os programas já capacitaram 270 parteiras e enfermeiras obstetrícias em todo o país. Foram abertos ainda 180 bancos de leite que já beneficiaram 200 mil recém-nascidos.

França lembrou também que o país tem avançado no sentido de promover políticas de direitos sexuais reprodutivos e ampliação da oferta de anticoncepcionais e que os debates promovidos pelo Pacto Nacional estão de acordo com os objetivos do milênio: educação, combate à pobreza, desenvolvimento sustentável.