Órgão dos EUA coordena estratégias político-militares para América do Sul

18/01/2006 - 15h35

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Prevenir "instabilidades" na América do Sul que ameacem os interesses dos Estados Unidos é a primeira meta da política externa norte-americana para a região. Para isso os EUA desenvolveram organismos militares e sistemas de influência na região, como, por exemplo, o organismo chamado Comando Sul (Southern Command, em inglês).

A análise é de um estudo militar brasileiro sobre a presença norte-americana na América do Sul. O trabalho, apresentado em 2002 na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro, afirma que "o instrumento utilizado pelos EUA para minimizar ameaças à estabilidade regional será um misto de uso da força com ações diplomáticas, políticas e/ou econômicas".

Cerca de 850 oficiais e 130 civis trabalham no Comando Sul, que fica em Miami, no estado norte-americano da Flórida. Entre os aspectos privilegiados pelos Estados Unidos estão obter e manter bases militares para dar apoio a operações militares, reforçar ações de combate ao narcotráfico e formar uma rede de instalações militares em todos os países. Essa rede trabalharia, segundo o estudo, para formar uma "rede de confiança" local, ajudando na construção de estradas, escolas, aeroportos e hospitais.

Sob o controle do Comando Sul existem três Localidades de Operações Avançadas (FOL, na sigla em inglês) na América. Uma delas em Manta, no Equador, outra em Aruba/Curaçao e a última em Comalapa, em El Salvador. O argumento americano é a necessidade da presença contínua para o combate ao narcotráfico.

Segundo o estudo do Exército, "com a operação das FOL, os EUA têm atendida a estratégia de manter a presença e o monitoramento do espaço aéreo na América Latina e no Caribe, incluindo parte do território brasileiro, particularmente a região amazônica".