ONU sofre pressão para aumentar ações repressivas no Haiti, afirma professor

18/01/2006 - 12h42

Daniel Merli
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) sofre pressão política da direita haitiana para aumentar a repressão no país, afirma Camille Chalmers, professor de economia na Universidade Estatal do Haiti. Chalmers afirma que a maior parte dos pedidos vem do Grupo 184 – que reúne alguns empresários do país e foi a principal liderança em favor da derrubada do presidente Jean Bertrand Aristide, em 2004.

O Grupo 184, segundo o professor haitiano, teria pedido ao próprio general Urano Bacellar, encontrado morto em seu quarto num hotel de Porto Príncipe, ações mais duras da Minustah nas áreas com ligação política à Aristide. Um deles é o bairro de Cité Soleil, que abriga a maior favela do Caribe e é o berço político do ex-presidente.

O professor haitiano prevê que os conflitos do país devem piorar ainda mais após a morte do general brasileiro. Chalmers considera que devem aumentar as pressões por uma ação mais dura da Minustah. Um sintoma disso, segundo ele, seria a greve geral contra a insegurança no país, convocada pelo Grupo 184, no início do mês.

Chalmers, que também é secretário-executivo da organização Plataforma por uma Alternativa de Desenvolvimento Sustentável, concedeu entrevista por telefone à Agência Brasil.