Mercosul precisa atender reivindicações dos países mais pobres do bloco, diz presidente argentino

18/01/2006 - 15h59

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Na avaliação do presidente argentino, Néstor Kirchner, o Mercosul precisa se ocupar das dificuldades enfrentadas pelos países mais pobres do bloco. "No Paraguai e no Uruguai se fortalecem posturas críticas em relação ao Mercosul em função do que se considera uma desatenção sobre essas assimetrias", observou Kirchner, que hoje (18) se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

De acordo com Kirchner, é preciso um "exercício conjunto para atender as reivindicações" do Paraguai e do Uruguai, além de manter uma "atitude solidária que contemple as situações particulares e caminhe para o tratamento mais profundo das assimetrias".

Kirchner também elogiou o presidente Lula. "Todos os irmãos brasileiros e brasileiras podem se sentir orgulhosos do presidente que têm", disse. "Nós, argentinos, o consideramos um irmão latino
-americano. Não vamos esquecer a atitude solidaria à Argentina."

Lula destacou que a relação entre o Brasil e a Argentina é a "pedra de toque" para o fortalecimento do Mercosul e da Comunidade Sul-Americana de Nações. "Temos consciência de nossas responsabilidades na integração regional. Queremos que nossos parceiros do bloco estejam ativamente engajados nesses projetos", ressaltou.

Segundo o presidente brasileiro, estão sendo estudadas possibilidades de formar consórcios entre os membros do bloco, como na área de construção naval. "Queremos que essa integração produtiva ocorra igualmente na indústria bélica, aeronáutica, no domínio espacial, entre outras. Argentina e Brasil têm compromisso com a consolidação de uma área de paz e prosperidade na América do Sul", disse Lula.