Diretor da Funasa diz que atendimento à saúde indígena melhorou nos últimos anos

18/01/2006 - 14h29

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O atendimento de saúde à população indígena tem apresentado avanços significativos nos últimos anos. A avaliação é do diretor do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), José Maria de França. Ele discorda das críticas do vice-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Roberto Lustosa, de que o atendimento perdeu qualidade, ao ser transferido para a Funasa, em 1999.

"O dado que nós temos é que, depois que a Funasa assumiu a saúde indígena, os indicadores melhoraram", rebateu França. Segundo ele, um dos mais indicadores mais representativos da saúde pública, a mortalidade infantil, é prova da melhoria do serviço. Segundo dados da Funasa, houve redução de 36% no número de mortes entre as crianças nascidas vivas de 2000 a 2004.

França reconhece que ainda existem desafios na área de saúde indígena, como a melhoria da cobertura vacinal e do atendimento básico. "Na hora que nós melhorarmos a nossa atenção básica, com melhor pré-natal, com melhor consulta médica, com melhor acompanhamento, isso [mortalidade] vai baixar mais ainda", afirmou.

Segundo França, a transferência do serviço para a Funasa gerou a ampliação da estrutura de atendimento, que contava com cerca de 200 postos de saúde. Atualmente, são 1.010 unidades e mais 52 Casas de Saúde do Índio (Casai) que abrigam os indígenas em tratamento nos centros urbanos.

Ele informou que a maior parte dos centros de atendimento está localizada em áreas indígenas, diferentemente do que afirma o vice-presidente da Funai. De acordo com a assessoria da Funasa, as 1.010 unidades ficam em áreas indígenas. "Temos que procurar o índio nas aldeias, porque a população é muito dispersa. E procurarmos dentro de uma condição de adversidade, com acesso através de avião, de helicóptero, de barco", destacou França. Segundo ele, a Funasa gasta anualmente cerca R$ 3 milhões apenas com transporte aéreo.