Tendência é que preço do álcool baixe em 2006, diz diretor de organização canavieira de São Paulo

17/01/2006 - 18h33

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – Na avaliação do diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Antonio de Pádua, a tendência é que os preços do álcool baixem em 2006. "Com certeza vai ter queda. O preço do álcool em maio, junho e julho não vai se sustentar nos níveis que está hoje", disse, acrescentando que, quando elevado, o preço do produto deixa de ser competitivo para o consumidor de carro flex (que usa tanto gasolina como álcool como combustível) em muitas regiões e estados brasileiros.

De acrordo com ele, desde 1998, como uma característica própria da produção, existem preços reduzidos sem remuneração ao produtor nos primeiros meses de safra, e preços "bem remuneradores" nos primeiros meses de entressafra.

Pádua lembrou que, no momento em que foi fechado o acordo entre os produtores e o governo federal para a redução de preços do álcool, no último dia 11, o mercado já dava sinais de os preços atuais não se sustentariam. O acordo estabeleceu um teto máximo para venda do álcool anidro (misturado à gasolina na proporção de 25%) de R$ 1,05 por litro.

Em dezembro do ano passado (o mês de maior demanda por álcool em todo o ano), informou o executivo, dois fatores pressionaram os preços para cima: o consumo e a sazonalidade. "Então, já se esperava um mercado comprador muito aquecido", avalia.

De acordo com ele, a perspectiva de um decreto estadual que entrou em vigor em São Paulo no dia 1° de janeiro também fez com que o preço do álcool aumentasse no final do ano. O decreto determina que a venda de álcool anidro sem pagamento de Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) só poderia ser efetuada para as distribuidoras que compram gasolina."Isso levou a uma corrida antecipada de compra no mês de dezembro, o que também ajudou a pressionar os preços para cima", informou, acrescentando que o mercado voltou à normalidade em janeiro.