Secretário da Convenção avalia que Brasil se define como "defensor das grandes causas ambientais"

17/01/2006 - 21h44

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), Ahmed Djoghlaf, classificou hoje (17) a 8ª Conferência das Partes da CDB como a ‘reunião verde’ e disse que só admite pensar em implementação do tratado a partir de agora.

"O Brasil – que foi o primeiro a assinar a convenção – sedia duas reuniões importantes na fase de implementação dos objetivos do documento. Acredito que esses encontros reafirmam a posição brasileira como defensor das grandes causas ambientais", observou, referindo à CDB e à 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena de Biossegurança – eventos que serão realizados em março, em Curitiba.

Ahmed Djoghlaf lembrou que a Convenção é uma forma dos países desenvolvidos do hemisfério Norte estabelecerem parcerias com os países do Sul na busca da proteção da vida. "A convenção é um documento sobre a vida. O Sul tem algo a oferecer, que é a riqueza de sua biodiversidade. E o Norte tem a tecnologia e os recursos financeiros para mantê-la", concluiu.

Djoughlaf lembrou ainda que agora é o momento de convencer os três países que não aderiram à Convenção a assinarem e ratificarem o documento. Os Estados Unidos assinaram a Convenção da Biodiversidade na Rio-92, mas o congresso americano ainda não ratificou a adesão do país.

Iraque e Brunei não assinaram. "Nenhum cidadão pode ser um mero observador quando a vida está em jogo", observou Djoughlaf. Sobre a ausência desses países na lista dos que assumem a Convenção como forma de proteger a diversidade biológica, a ministra disse que os que ratificaram têm o papel de implementar a Convenção para criar o que chamou de "constrangimento ético".

"Cada um dos países têm compromissos internos e cada um desempenhando seu papel pode criar esse constrangimento para quem não está cumprindo suas responsabilidades", concluiu ela.