Líder do PT diz que aprovação de fim de pagamento extra ajuda Congresso a retomar credibilidade

17/01/2006 - 21h58

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que, com a aprovação do decreto legislativo que veda o pagamento de salários extras no período da convocação, as críticas da sociedade ao Congresso Nacional vão diminuir. "Essa nossa iniciativa, além de ser um alívio para os cofres públicos, contribui para recuperar a credibilidade do Congresso Nacional", disse.

Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a aprovação da proposta é o começo da mudança que a sociedade exige. "Ou muda ou somos mudados", disse. Entretanto, para Hauly, a proposta de não-pagamento de salário extra durante a convocação deveria ser estendida aos estados e aos municípios, "para que o legislador nacional faça uma reforma de cima para baixo".

Já o deputado Alberto Fraga (PFL-DF) se declarou contrário à suspensão do pagamento de salário durante a convocação. "Sou contra a convocação, mas, se houver, tem de haver pagamento", disse. "A não ser que haja alguma categoria que trabalhe de graça. Mas não concordo com o recebimento de dois salários."

Fraga afirmou ainda ser contra a redução do recesso parlamentar para 45 dias. Segundo ele, esse período é curto para os deputados visitarem seus estados. "Precisamos de 60 dias de recesso", disse. O deputado afirmou que é preciso que a Casa discipline o horário de trabalho dos parlamentares para que seja possível adotar os 60 dias de recesso. "Só se trabalha na quarta-feira e temos a terça e a quinta que poderiam ser usados para trabalho", disse. "Coloca-se na emenda um período que a gente sabe que não vai ser cumprido. Quem vai estar aqui dia 23 de dezembro? Por que ficar mentindo para o povo brasileiro?", questionou.