Aumento recente do álcool nos postos é reflexo do valor do antigo estoque, avalia federação

17/01/2006 - 17h52

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília – Uma semana após o acordo entre o governo e usineiros para baixar o preço do álcool, o combustível teve mais uma alta no seu preço na bomba de postos. Desde o começo de janeiro, o álcool já subiu cerca de 9%. Apenas esta semana o reajuste chegou a R$ 0,03 por litro.

O vice-presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda, afirma que esse último aumento aconteceu porque as distribuidoras ainda estão trabalhando com o antigo estoque de álcool, comprado antes do acordo do último dia 11. Paulo Miranda disse ainda que os postos de combustíveis não têm responsabilidade pelos aumentos do preço do álcool.

"Assim que as companhias distribuidoras desovarem aquele estoque antigo que elas compraram mais caro – e passarem a comprar o álcool que diminuiu R$ 0,03 –, elas irão repassar os descontos para os postos revendedores e nós repassaremos imediatamente para os nossos clientes", disse.

Miranda explicou que o objetivo da Fecombustíveis é trabalhar com o menor preço possível para repassar ao consumidor. "Nós não temos interesse que esse produto suba, porque se o álcool ficar acima de 70% do preço da gasolina a gente perde venda." Segundo ele, com o aumento expressivo, os consumidores que possuem veículos movidos a álcool e a gasolina, chamados flex, passarão a comprar apenas gasolina, já que o álcool consome mais combustível por quilômetro e, portanto, não é economicamente atrativo.

O vice-presidente da Fecombustíveis destacou ainda que o cultivo de cana-de-açúcar passa por um período de entressafra e que esse pode ser um dos motivos da alta do álcool. "Historicamente todos os anos acontece isso, o preço do álcool hidratado na entresafra sobe", indica.

A assessoria de imprensa do Ministério de Minas e Energia informou que a pasta só vai se pronunciar após a reunião entre o ministro Silas Rondeau e as distribuidoras. No encontro, que deve acontecer ainda esta semana, será decidido qual o valor cobrado nas bombas de combustível.