Ampliação no atendimento prejudica resposta a pedidos ao INSS, diz Sindprev

17/01/2006 - 13h06

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília - O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindprev) está convencido de que o novo horário de atendimento das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), implantado ontem (16), não irá beneficiar os segurados. Pelo contrário. Na avaliação de uma das diretoras do sindicato, Neli Braga, devido ao quadro reduzido de servidores, o tempo para a liberação de benefícios passará de 15 a 20 dias para alguns meses.

De acordo com ela, a ampliação do horário de atendimento em quatro horas obriga os funcionários do INSS a passar mais tempo em contato com o público do que nas atividades de encaminhamento processual, feito internamente. Assim, os pedidos são recebidos, mas a resposta ou solução para eles demoram mais. Pelas contas do Sindprev, o déficit de servidores no INSS seria de 20 mil funcionários atualmente.

"Por conta das demissões voluntárias e aposentadorias, houve uma redução grande no quadro de funcionários do INSS. Com a abertura das agências de 8 às 18 horas, não haverá condições para prestarmos o atendimento que o segurado espera", afirmou Neli Braga. "Não somos contra a abertura dos postos durante o dia inteiro. Mas para isso é preciso aumentar o número de funcionários. Sem aumento de salário, a carga horária dos servidores deve ser mantida em 30 horas."

Desde ontem, os sindicatos em todos o país estão se organizando para votar, até sexta-feira (20), o indicativo de greve a favor da manutenção da carga horária de trabalho de 30 horas semanais, estabelecida desde 1984. Se o indicativo for aprovado nas assembléias estaduais, os servidores do INSS paralisarão as atividades por 48 horas nos dias 24 e 25 deste mês.

O Sindprev propõe que o governo chame cerca de 16 mil candidatos aprovados no último concurso público do INSS, realizado em janeiro de 2004. "O governo tem a responsabilidade com a população que paga por um seguro", lembra Neli Braga. "Se nós queremos que a população receba um atendimento de qualidade é necessário a realização de concurso público, que nós tenhamos equipamentos de qualidade e um sistema informatizado que não fique caindo na hora do atendimento."